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Changes

Dizem que uma pessoa não muda nunca, mas mudar era o desejo dela.

Ela era humana acima de tudo, mas não conseguia deixar de não sentir-se ferida a cada mentira descoberta, a cada decepção. Era como se todos os erros fossem muito maiores do que qualquer outra coisa, qualquer coisa que pudesse ter sido alegre um dia. Tudo parecia mentira e desfazia a magia do que se passou, transformava em cinzas o que havia sido construído com tanta delicadeza. Não tinha pretensões dizendo ou imaginando que não havia cometido seus erros, não. Sabia que também havia pecado, pois como dito antes, conhecia sua humanidade. Pagara por seus erros, mas sentia as dores cortarem sua carne, e sentia que algo mais era drenado.

Pouco a pouco, passou a não mais acreditar em pessoas. Elas sempre pareciam prontas a ouvir sobre ela, para depois jogarem em sua cara o que havia passado e mentirem, maldizerem pelas costas, destruírem a confiança que já era frágil. Afastou-se aos poucos das pessoas, trancando-se dentro de si mesma, pouco a pouco, até que já não havia mais vontade alguma, esperança alguma - naquela pessoa que um dia disseram que a esperança nunca morria em seus olhos. Já não havia restado mais nada dentro dela. E ela invejava os outros. Desejava ardentemente poder ser indiferente, secar as lágrimas para não mais chorar, não mais deixar que a ferissem daquele jeito. Queria conseguir vestir uma máscara e dançar no salão da falsidade, dizendo que estava tudo bem, não se importando com nada, apenas pensando em si mesma e sendo feliz daquele jeito.

Sentia-se definhar, sentia-se desaparecendo em meio ao caos de si mesma. Havia um porto seguro, um único lugar em que sentia-se segura, mas não achava justo jogar todas as suas preocupações e pesos em seu santuário. Temia que ele ruísse se unisse toda sua dor com a dor do próprio lugar.

Ela morria aos poucos. Matava-se. Torturava-se tentando compreender o que jamais ninguém compreenderá. Era uma tola, percebeu, uma tola que perdia seu tempo com coisa inúteis, mas que, mesmo assim, eram imutáveis.

1 comentários:

Uma história realmente triste...
Talvez, algum dia, ela encontre um meio de viver sem se torturar.
Talvez, algum dia, ela encontre pessoas nas quais ela possa confiar.

Ou talvez essas pessoas não existam.

30 de outubro de 2008 às 22:40  

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